quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Atividade Física: Uma Proposta de Construção de Saúde


CAMINHADA NO TEMPO DE LAZER E CONSUMO DE MEDICAMENTOS EM IDOSAS USUÁRIAS DO PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA


A atividade física e/ou exercício físico têm sido uma forma não medicamentosa muito eficiente em retardar o surgimento, prevenir e tratar muitas doenças, principalmente em relação às DCNT´s. Objetivo: analisar a associação entre os minutos gastos em caminhada no lazer e o consumo de medicamentos em idosas usuárias do programa de saúde da família do município de São Caetano do Sul. Métodos: foram avaliadas 201 mulheres (63,4±13,2 anos), que representam 69,3% aproximadamente da população de usuárias e praticantes de atividades físicas no programa comunitário coordenado pelo Programa de Saúde da Família do município de São Caetano do Sul. São contemplados com os programas de atividades físicas, 73,3% dos bairros municipais, e todas as atividades são realizadas duas vezes por semana, com duração de 60 minutos cada sessão. Para mensuração do nível de atividade física foi utilizado o “Intenational Physical Activity Questionarie” (IPAQ – versão longa), utilizando os minutos gastos em caminhada na semana anterior a entrevista, somente sendo analisado o tempo gasto no domínio de lazer, foram utilizadas as seguintes definições: sedentário, individuo com 0 (zero) minuto por semana, insuficientemente ativo, individuo com entre 10 e 149 minutos e ativos com 150 ou mais minutos por semana. Para aferição do consumo de medicamentos, foi utilizado questionário padronizado pelo programa de saúde da família sendo referidos os medicamentos em consumo na semana anterior a entrevista. Análise Estatística: foi utilizada estatística descritiva, correlação de Spearmam Rho e chi-quadrado com nível de significância adotado de p<0,05. p="0,03)." rho=" -0,11*">
Autores: Leonardo José da Silva, Sandra Matsudo e Guiomar da Silva Lopes.
Departamento de Medicina Preventiva da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP e Centro de Estudos do Laboratório de aptidão Física de São Caetano do Sul - CELAFISCS.
E-mail: leonardo@agitasp.org.br
Estes dados serão apresentados no 7 Congresso Brasileiro de Atividade Física e Saúde, 2009

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Cuidado Com o Tempo Sentado.


Isto mesmo, cuidado com o tempo sentado. Foi a conclusão de um estudo publicado no mês de maio deste ano no Medicine and Science Sports Medicine. Este estudo foi conduzido pelo renomado pesquisador Peter Katzmarzyk e colaboradores do Centro de Pesquisa Biomédica da Universidade de Pennington, nos Estados Unidos e do Instituto de Pesquisa em Aptidão e Estilo de Vida de Ottawa, no Canadá.
Esses achados são provavelmente os primeiros a demonstrar associação do tempo sentado com mortalidade, e levaram em consideração mesmo indivíduos ativos.
Até a pouco tempo sempre observávamos os relatos de tempo em frente a TV e computador e associação com o risco de obesidade, como o que foi verificado por MATSUDO et al (1997) analisando crianças de ILHABELA, litoral norte de São Paulo, em que encontrou além de maior gordura corporal, redução da agilidade, força muscular e potência aeróbica, isto entre os que reportavam mais que 4 horas assintindo televisão. Mas, esta nova associação tem sido investigada com muita preocupação, principalmente se pensarmos que os trabalhos braçais desde a Revolução Industrial na França foram substituídos por máquinas. Isto significa que o movimento humano tem perdido seu espaço e vemos muitas profissões que basta uma mesa e um computador para elaborar ou resolver o problema. O perigo mora aí, são horas e horas sentado na frente do computador, como eu estou fazendo agora. Para este problema a Dra. Catrine Tudor Loke, a maior especialista em pedômetro (marcador de passos) do mundo, utiliza uma esteira rolante com um computador acoplado para efetuar seus trabalhos e desta forma não fica sentada e ainda aumenta o seu gasto calórico em esta atividade no seu dia-a-dia.
Mas, voltemos à pesquisa. Os pesquisadores analisaram por meio de pesquisa retrospectiva (com dados coletados anteriormente e analisados nos dias atuais) 7.278 homens e 9.375 mulheres com idade entre 18 e 90 anos de idade, pertencentes ao Canadá Fitness Survey (Estudo que acompanha indivíduos ativos do Canadá). Vários dados são levantados durante o período da entrevista como: nível de atividade física, ingestão de álcool, morbidades associadas e outras perguntas. Para esta pesquisa foi levantado o tempo em que os indivíduos permaneciam sentados durante o dia, incluindo escola, trabalho ou em casa. As respostas foram fechadas e a partir daí foram incluídos em um dos cinco grupos: maior parte do tempo sentado, ¾ do tempo, ½ do tempo, ¼ do tempo ou pouco tempo. Para o cruzamento das variáveis foram reportados o nível de atividade física, consumo de álcool, IMC e tabagismo.
O desfecho das análises apontaram que em todas as variáveis analisadas quanto maior o tempo sentado durante o dia maior foi a taxa de mortalidade e, acreditem, inclusive entre os mais ativos o fenômeno também ocorreu. Só para ter uma idéia, se o indivíduo ficasse sentado durante a maior parte do dia e ainda por cima era um sedentário o risco de morte, por todas as causas e por doenças cardiovasculares, foi de 86% maior que um sedentário que ficou pouco tempo sentado. Entre os ativos o risco foi 40% maior para o grupo maior tempo sentado comparado com o grupo pouco tempo sentado. Obviamente, o grupo quando foi analisado comparando o IMC (Índice de Massa Corpórea) foi absurdamente maior a taxa e o risco de mortalidade. No grupo muito tempo sentado comparado com o pouco sentado, os valores chegaram a quase 4 vezes maior de chances de morte.
Em nossa prática do dia-a-dia podemos utilizar este estudo nos aconselhamentos ou orientações para que nossos clientes, alunos, amigos e familiares (inclua-se também) reduzam o tempo sentado para possibilitar menores chances de morte, tanto por todas as causas como por doenças cardiovasculares.
Obs.: Nas análises conduzidas pelos pesquisadores o tempo sentado não teve associação significativa com a mortalidade por câncer.



Referência:
KATZMARZYK PT; CHURCH TS; . CRAIG CL; BOUCHARD C. Sitting Time and Mortality from All Causes, Cardiovascular Disease, and Cancer. Med. Sci. Sports Exerc. 2009; 41 (5): 998–1005.


Iniciei as informações por este trabalho por achar de grande valia e de fácil aplicação no nosso meio. Fiquem a vontade para questionar a pesquisa.
Aguardo comentários.
Muito obrigado e um forte abraço.

Prof. Mauricio dos Santos
Mestrando em Neurociência pela Universidade de São Paulo (USP)
Especialista em Fisiologia do Exercício pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Especialista em Musculação e Condicionamento Físico pela UniFMU
Especialista em Ciências do Esporte pelo Celafiscs
Membro do Celafiscs
Assessor Técnico-Científico do Programa Agita São Paulo